Um desafio e tanto. Candidaturas coletivas definitivamente não são recentes no Brasil. No entanto, nas eleições municipais de 2020 um novo espírito democrático de coletividade tomou conta das/os candidatas/os de diversas cidades. As candidaturas coletivas tiveram presença em vários estados, sendo mais comuns nas capitais. Indo contra a maré e ousando na proposta, a Candidatura Coletiva Democrática lançou-se ao pleito na cidade de Ijuí, no interior do Rio Grande do Sul. Historicamente uma cidade conservadora de população de idade mais avançada, o grupo formado por cinco mulheres, buscava trazer representatividade para a população feminina, jovem e LGBTQ+ para dentro da câmara de vereadores da cidade, de aproximadamente 83.000 habitantes.
A partir desse desafio, buscou-se elaborar uma identidade visual e estilo de conteúdo que fizesse jus a proposta inovadora trazida pelo coletivo.
Dessa forma, foi definido que para que a campanha obtivesse melhores resultados seria necessário que esta se distanciasse da melhor forma possível das demais campanhas dos outros candidatos. Levando em consideração a desconfiança com a política tradicional e dando ênfase para a proposta diferenciada da candidatura do grupo. As candidatas optaram por seguir uma linha de conteúdo mais didático, auxiliando a população na compreensão da proposta e, assim, conscientizando da importância da coletividade para a política.
Portanto, a identidade visual foi delineada de acordo com o público jovem, com as cores completamente alheias às comumente utilizada pelos partidos e, principalmente, buscando a diferenciação e reforçando o caráter único da proposta.
Lançada oficialmente a campanha, foram elaborados materiais que trouxessem as propostas e conteúdos que trouxessem a sensação de pertencimento ao eleitor, mantendo a postura combativa e militante proposta pelas candidatas; incluindo constantemente diversidade nas peças.
Foi eleita assim uma das primeiras candidaturas coletiva do Rio Grande do Sul.
Com 1.022 votos, 2,17% dos votos válidos.